"Micorrizas - um bom negócio entre plantas e fungos"
"As micorrizas são associações simbióticas entre plantas e fungos em que todos ganham: as plantas melhoram a sua nutrição mineral, absorção de água e resistência a agentes patogénicos e os fungos, por sua vez, adquirem uma fonte de açúcares constante.
A natureza é feita de associações, casamentos perfeitos entre indíviduos semelhantes ou mesmo de reinos totalmente diferentes em que ambos os organismos envolvidos tiram algum proveito da união. As micorrizas são disso exemplo! São, como o próprio nome indica, relações simbióticas entre fungos (myco) e plantas (riza = raiz).
O termo simbiose pode ser definido como uma associação intíma entre dois ou mais organismos vivos, com a qual de algum modo todos eles beneficiam. No caso das micorrizas, os parceiros desta associação são fungos que habitam no solo e raízes, ou outro orgão subterrâneo, da maioria das plantas. Mais de 70% das plantas vasculares são micorrizadas (Angiospérmicas – plantas que produzem flores e cujas sementes se formam em frutos fechados, e Gimnospérmicas – plantas em que as sementes se formam em cones nus, por exemplo os pinheiros), assim como muitos Pteridófitos (fetos) e alguns Briófitos (musgos).
Na maioria das vezes, as associações micorrízicas são mutualistas pois o fungo ganha a sua fonte de açúcares a partir da planta e esta obtém água e sais minerais do solo através das hifas do fungo (figura ). Em situações de stress e competição, em que os nutrientes do solo são limitados, as plantas são, por norma, micorrizadas."
Texto integral aqui (Naturlink)
Representação esquemática de ectomicorriza (adaptado de APS Education Center) |
"A falta de pêlos radiculares e a abundância de manto de fungo em redor das raízes significa que todos os minerais que entram na planta terão de ser canalizados pelo fungo. Em contrapartida, o fungo recebe pelo menos parte do seu carbono orgânico a partir da planta. As principais vantagens das ectomicorrizas são melhorar a nutrição da árvore, facilitando a absorção de elementos minerais como o azoto, o potássio e sobretudo dos elementos pouco móveis no solo, como o fósforo; conferir resistência a solos calcários e tolerância a metais pesados; melhorar a absorção de água; estimular o crescimento do sistema radicular através da produção de hormonas de crescimento; e proteger as raízes contra agentes patogéneos do solo. Esta protecção contra agentes patogéneos ocorre a vários níveis: o manto constitui uma barreira física à invasão dos patogéneos, há uma maior competição pelo espaço e nutrientes na rizosfera e estabelece-se um antagonismo químico por produção de substâncias antibióticas, indução da produção de substâncias inibidoras e produção de metabolitos que inibem germinação de esporos de fungos patogéneos."
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