sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cientistas descobrem mecanismo que induz diferenciação entre abelha rainha e obreiras

CienciaHoje
2011-04-26
Rainha alimenta-se de geleia real ao longo de toda a vida
Fonte: http://www.animalshow.hpg.ig.com.br/curiosidade.htm

Uma larva de abelha fêmea (Apis mellifera) pode transformar-se numa obreira estéril ou numa rainha, que é duas vezes maior do que as demais e pode atingir os 25 anos. Além disso, esta tem uma evolução mais rápida e põe os ovos fecundados, que dão origem às obreiras, e os não fecundados, dos quais nascem as abelhas macho, os zangões.
Sabe-se que o dimorfismo das abelhas fêmeas, que se dividem em duas castas, não depende de diferenças genéticas, mas que está relacionado com a ingestão da geleia real, embora não se conhecessem, até então, o ingrediente activo e os mecanismos que regulam esta diferenciação.
Um estudo publicado na “Nature” revela agora que uma das proteínas da geleia real, designada por "royalactin" em inglês, é o composto activo que transforma uma larva de abelha em rainha. A geleia real é uma substância segregada pelas obreiras entre os cinco e 15 dias, após o consumo de pólen e mel. Serve de alimento a todas as larvas de abelhas, mas, na idade adulta, é exclusivo da rainha.
Masaki Kamakura, investigador da Universidade de Toyama, no Japão, dirigiu a equipa de investigadores que fez a descoberta relatada na "Nature". Através de experiências com moscas da fruta (Drosophila melanogaster), os cientistas conseguiram verificar que a proteína "royalactin" activa processos responsáveis pelo aumento do tamanho do corpo da abelha rainha e pela aceleração do seu desenvolvimento.
Estes foram produzidos nas moscas da fruta que se alimentaram de geleia real, adquirindo assim algumas características das abelhas rainha. Para além de crescerem mais, tornaram-se mais férteis e viveram mais tempo.

domingo, 17 de abril de 2011

Académicos querem mudar nome científico de novas espécies

Nomenclatura deverá assentar na procura de relações de ancestralidade comum



CienciaHoje
2011-04-15

Actual divisão de espécies tem nomes latinos.
Um grupo de académicos da Universidade Yale e do Instituto Smithsonian defende a mudança na nomenclatura científica das espécies recém-descobertas, recorrendo ao PhyloCode – proposta de classificação científica das espécies que assenta na procura de relações de ancestralidade comum baseadas nos conceitos da cladística.
Os cientistas envolvidos na descoberta de fósseis, micro-organismos, peixes, aves e outras criaturas assinalaram que têm dificuldades em dar nomes precisos, mas não há unanimidade na aposentadoria da norma que vigora há quase três séculos.
Segundo os que que são a favor da medida, a orientação tradicional desenvolvida há 275 anos pelo botânico sueco Carl Linnaeus não seria a mais correcta, atendendo ao volume actual de informações disponíveis sobre a biodiversidade.
O botânico utilizou uma divisão de espécies com nomes latinos, como o Homo sapiens para humanos, com grupos que têm as características físicas como base. Sendo assim, a proposta apresentada prevê substituir o sistema de Linnaeus por um novo, o PhyloCode (abreviação inglesa para "código filogenético), em que as formas de vida seriam classificadas por ancestrais comuns e princípios de Darwin, ou seja, pela árvore genealógica molecular.
A mudança de nome de uma espécie seria apenas uma "correcção" e ocorreria nos casos em que o novo nome reflectisse o conhecimento adquirido até agora sobre as relações evolutivas. O debate sobre a adopção do PhyloCode contará com duas alas – uma de prós e outra de contras – e terá lugar na numa conferência na Universidade Yale.