quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A falha de São Vicente e o risco sísmico em Portugal

Epicentro a 185 km de Faro


Sismo de magnitude 6,0 foi o maior desde 1969 (VÍDEO)

por DN.PT17 Dezembro 2009

Sismo em Portugal


A falha de São Vicente e o risco sísmico em Portugal
por Filomena Martins17 Dezembro 2009

Portugal não é um País de risco sísmico elevado. Mas já registou na sua história um dos maiores e mais devastadores sismos registados da história, o de 1755.

A maioria dos cientistas calcula que a nossa área de maior actividade sísmica fica, como agora aconteceu, a sudoeste do cabo de São Vicente, na região do Banco do Gorringe. Foram lá que se situaram os epicentros dos maiores sismos do País, entre eles os de 60-63aC, 1033, 1356 e 1755.

O banco do Gorringe é um fragmento de crosta do oceano, que resta desde o período do Cretácico Inferior. Surgiu de planícies no fundo do mar a mais de 5 000 m de profundidade. Esta falha regista deslocamentos verticais, conhecido como mecanismo de subducção entre duas placas tectónicas (as placas em cima das quais se move a crosta terrestre) da placa africana pela placa euro-asiática.

O último grande sismo que provocou danos no território português foi o de 28 de Fevereiro de 1969, com epicentro nesta zona do banco de Goringe e magnitude entre 6,5 e 7,5.




O epicentro do sismo de 1755 (o mais destruidor que afectou território nacional, e considerado com um dos mais energéticos a nível mundial, com magnitude estimada em 8,75) terá tido também o seu epicentro no Banco do Gorringe. Há contudo cientistas e estudos recentes que, com base no tsunami que destruiu Lisboa, falam na possibilidade de se ter registado um movimento múltiplo nas falhas tectónicas: Goringe e placa do vale do Tejo.

Seja como for, o sismo de hoje é, segundo as regras da sismologia, um bom sinal: acaba de registar-se uma significativa de libertação de energia acumulada com a movimentação das placas, o que reduz as hipóteses de acontecer um grande sismo nos próximos tempos. Mas os sismos são impossíveis de prever.

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