sábado, 15 de maio de 2010

Lagartos da Martinica «fogem» a Darwin

Cientistas descobrem que espécie da Martinica evoluiu separadamente e voltou a cruzar-se

Os lagartos da ilha Martinica, no mar do Caribe, são uma excepção na lei de Darwin.

Apesar de os seus ancestrais terem vivido separados durante milhões de anos, este animais continuam a ser geneticamente compatíveis, ou seja, são considerados apenas uma espécie de acordo com o conceito clássico.

A descoberta, publicada na PLoS Genetics, apresenta a excepção à regra que Darwin formulou na sua mítica visita às ilhas Galápagos.

Durante a viagem a bordo do Beagle, Charles Darwin usou como exemplo o tentilhão (um pássaro de pequeno porte) para abordar a teoria de como surgem as espécies.

As diferentes linhagens que viviam em ilhas separadas iam acumulando diferenças durante muitas gerações ate um ponto sem retorno. Se esses pássaros tinham evoluído separadamente durante milhares de anos se voltassem a encontrar-se, não poderiam ter descendência porque já não seriam a mesma espécie.

Esta especificação por isolamento geográfico continua a ser uma forte corrente na biologia e genética no mundo. Contudo, como em qualquer outra teoria, há excepções.

Ilha laboratório

A Martinica é um laboratório perfeito para poder provar-se esta teoria. Há oito milhões de anos a ilha francesa estava separada em quadro troços de terra, quando chegaram os actuais ancestrais do Anolis roquet.
A equipa de Roger Thorpe, da Universidade de Bangor, no Reino Unido, analisou amostras de tecido recolhidas da cauda de centenas de lagartos de toda a ilha, desde os que vivem nas praias paradisíacas aos que habitam nas zonas mais rochosas e áridas.

As análises ao DNA dos tecidos comprovaram que todos os lagartos descendem de quatro linhagens que habitam cada um dos fragmentos em que estava dividida a ilha.
Quando analisaram o número de alterações genéticas no genoma dos animais, os cientistas descobriram que não havia diferenças suficientes para serem considerados espécies diferentes, já que, ao longo da história e após as erupções vulcânicas que juntaram os troços da Martinica, as populações cruzaram-se.
Assim, as diferentes populações que hoje habitam a ilha são mais diferentes entre si do que as populações originárias que viviam separadas.
 http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=42521&op=all

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