quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Implicações da expansão do Canal de Suez na biodiversidade marinha do Mediterrâneo

CienciaHoje 26/08/2015
por  João Canning-Clode *

 "Um dos mecanismos de transferência (vectores) mais importantes para a redistribuição de espécies marinhas no globo é o transporte marítimo, principalmente através das águas de lastro assim como através da incrustação em cascos de navios. Este último vector de introdução de espécies é conhecido por bio-incrustação e facilita o transporte de um leque vasto de organismos marinhos: esponjas, cracas, mexilhões, briozoários, anémonas ou algas. "
 ...
 Um factor que tem influenciado significativamente a história do transporte marítimo a nível global - e por conseguinte a história das invasões marinhas – foi a construção dos três grandes Canais de navegação marítima. O Canal de Suez no Egito foi aberto em 1869, ligando o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo. Mais tarde, o Canal de Kiel foi inaugurado em 1895 estabelecendo ligação entre o Mar Báltico e o Mar do Norte.
Finalmente, depois de décadas de construção, em 1914 é aberto o Canal do Panamá permitindo a ligação entre dois grandes oceanos: Atlântico e Pacífico. Estes três Canais têm de facto facilitado a introdução de novas espécies em diferentes passagens, existindo mesmo diversos trabalhos científicos documentando muitas espécies que foram capazes de atravessar os referidos Canais.

Neste momento estão inventariadas 700 espécies introduzidas no Mediterrâneo, mas os investigadores acreditam que metade deste número entraram via Canal de Suez. Algumas destas espécies já causaram sérios problemas de ordem económica, ecológica ou mesmo de saúde pública, como por exemplo a medusa Rhopilema nomadica que forma grandes aglomerados afectando não só o turismo como também a pesca costeira.
Um outro exemplo é o peixe Lagocephalus sceleratus que pode causar problemas de saúde devido à presença nos seus órgãos internos de uma forte neurotoxina que pode provocar vómitos, paragens respiratórias, convulsões, coma ou até mesmo a morte.

Embora reconhecendo a importância que o Canal de Suez desempenha no comércio e economias mundiais, sendo vitais para uma sociedade moderna do século XXI, existem também acordos internacionais que reconhecem a implementação urgente de regras e práticas sustentáveis para minimizar o impacto e consequências a longo prazo da introdução de espécies não-indígenas. "

Ler artigo completo aqui
 
*MARE – Marine and Environmental Sciences Centre, Estação de Biologia Marinha do Funchal, Cais do Carvão 9000-107 Funchal, Madeira, Portugal.
Smithsonian Environmental Research Center, Edgewater, MD 21037, USA.


http://www.infoescola.com/hidrografia/canal-de-suez/







Canal de Suez  é uma via navegável artificial a nível do mar localizada no Egito, entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Permite que navios viajem entre a Europa e a Ásia Meridional sem ter de navegar em torno de África, reduzindo assim a distância da viagem marítima entre o continente europeu e a Índia em cerca de 7 mil quilômetros.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Canal_de_Suez

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A partir de amanhã, começamos a viver acima das possibilidades da Terra


"Em pouco mais de oito meses, a humanidade consumiu os recursos renováveis que o planeta consegue produzir durante um ano. Assim, como explica a Global Footprint, começaremos já amanhã a delapidar as reservas da Terra.
Há 20 anos que a organização não-governamental ligada à conservação da natureza faz o cálculo: através de dados fornecidos pelas Nações Unidas, a ONG compara a pegada ecológica do Homem – que mede a exploração dos recursos naturais do planeta Terra pelo ser humano – com a capacidade do planeta de se regenerar, renovando os seus recursos e absorvendo os resíduos. Com todas as informações recolhidas, a Global Footprint determina o dia em que a exploração humana ultrapassa a chamada biocapacidade da Terra. Em 2015, esse dia assinala-se esta quinta-feira, 13 de Agosto.
Na verdade, como explica o Diário de Notícias, a data é cada vez mais precoce: em 2005, o homem começava a explorar as reservas do planeta só a partir de Setembro. Em 1975, os recursos renovados a cada ano terminavam apenas em Novembro... continua

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Contra o radão, arejar a casa!

"A mina da Freixiosa, localizada no distrito de Viseu, insere-se na ZCI. O seu enquadramento geológico está representado na Figura 1. Trata-se de uma pequena exploração de urânio subterrânea e a céu aberto, que cessou a sua atividade na década de 80 do século XX.
A mina encontra-se numa zona de granito, muito fraturado, com cerca de 305 a 278 Ma. Este tipo de rochas apresenta teores elevados de um isótopo instável de urânio (238U) que, após 14 etapas intermédias de decaimento radioativo, se transforma num átomo estável de chumbo (206Pb). Um dos elementos intermédios deste decaimento é o radão (222Rn), que é um gás denso, incolor e inodoro.
O radão circula no subsolo e infiltra-se nas casas através de fissuras nos pavimentos.
Nos distritos da Guarda e de Viseu, a concentração de radão no interior das habitações é, muitas vezes, mais elevada do que no exterior, sendo, por vezes, superior ao valor permitido na legislação."
in Biologia e Geologia-702 - 11.º Ano / 1.ª Fase 2015

http://provas.iave.pt/np4/home



http://www.pouparmelhor.com/praticas/o-perigo-do-radao/
 








































A propósito do radão:

 "Um familiar fez-me chegar às mãos o recorte de um artigo publicado há já algum tempo no jornal Terras da Beira, intitulado “Alta concentração de (rádio) radão na Guarda”. Lido o artigo, pareceu-me adequado discorrer sobre o tema, basicamente com três finalidades: fazer uma correcção de carácter técnico, esclarecer algumas questões de carácter científico e propor uma recomendação de carácter prático.
 continua aqui
foto

(A) O aparecimento de radão, num determinado local, está relacionado com a existência de urânio nesse local, o qual, por sua vez, aparece associado, em particular, a zonas geológicas de tipo granítico ou à utilização de materiais graníticos.
(B) Se uma casa for construída numa zona granítica, ou se as suas fundações forem em granito, ou se as paredes forem em granito, ou se for utilizada areia granítica nas fundações ou sob a forma de argamassa, então é muito provável que o radão apareça no interior dessa casa em concentrações mais ou menos elevadas, sobretudo ao nível de caves ou do piso térreo.
(C) O radão constitui um factor de risco para a saúde porque é um gás radioactivo, e porque, se existir em concentrações elevadas no ar que respiramos, pode ser nocivo para os pulmões.

Finalmente, a recomendação de carácter prático. "Se o leitor tiver uma casa que corresponda à descrição feita aqui, há uma medida preventiva simples que se impõe tomar: areje a casa, areje a casa o mais possível para a “libertar” do radão. Abra as janelas, faça circular o ar, deixe que o ar do exterior substitua o ar interior de sua casa. Com a simples renovação do ar, consegue-se normalmente fazer baixar a concentração de radão para níveis razoáveis. É claro que esta é uma medida preventiva de efeito imediato, mas ela não exclui, obviamente, o interesse de um aconselhamento específico junto de quem possa prestar apoio técnico-científico apropriado (consultar, por exemplo, o Laboratório Nuclear de Sacavém: http://www.itn.pt/sec/psr/pt_psr_ra.htm )."

Fonte:http://www.omirante.pt/noticia.asp?IdEdicao=53&idSeccao=564&id=80224&Action=noticia#.VcqD4-9RF8Q

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Sucesso educativo em Biologia e Geologia- uma evolução inquietante (APPBG)






Comunicado: Sucesso educativo em Biologia e Geologia- uma evolução inquietante

O programa da disciplina de Biologia e Geologia dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário entrou em vigor no ano letivo 2003-2004 e, desde a data da sua homologação, este não sofreu qualquer revisão ou reformulação. Esta disciplina tem sido objeto de avaliação externa desde 2006 através da realização de provas de exame nacional (prova 702).
Considerando que:
- A média das classificações de exame (CE) da prova 702 da 1.ª fase para alunos internos, entre 2006 e 2015, é de 9,85 valores.
- A média da classificação de exame (CE) da prova 702 da 1.ª fase de 2015, para alunos internos, é de 8,9 valores.
- A percentagem de alunos internos (portanto com classificação interna de frequência - CIF - nos dois anos da disciplina igual ou superior a 10 valores.) com CE inferior a 9,5 valores em 2015 é de 61% e com média próxima de 50% na totalidade dos anos.
- A disciplina de Biologia e Geologia é apelativa para a maioria dos alunos pela proximidade e atualidade do seu objeto de estudo, assim como, pela importância estruturante nos seus currículos, onde se observa um investimento significativo por parte de alunos e professores, apresentando, porém, resultados médios sistematicamente inferiores aos esperados e aos da maioria das disciplinas curriculares, mesmo científicas (excetuando-se unicamente Física e Química A).
- Foram anunciados novos programas/metas curriculares para a disciplina de Biologia e Geologia para novembro de 2013, não havendo até ao momento qualquer indicação acerca da sua divulgação pública, ao contrário do que aconteceu com a generalidade das disciplinas do ensino básico e com Português, Matemática A e Física e Química A do ensino secundário e, mais recentemente, Latim A (cuja proposta de metas curriculares para o 10º e 11º anos foram objeto de consulta pública até 24 de julho último).
a Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia, apoiada pela Associação Portuguesa de Geólogos, vêm publicamente manifestar a sua inquietação e insatisfação pela situação atual nesta área disciplinar, solicitando à tutela e aos organismos competentes:
1. Um ponto da situação sobre os novos programas/metas do ensino secundário para a disciplina de Biologia e Geologia.
2. Que os novos programas, ou a reestruturação dos atuais, estabeleçam um enquadramento objetivo dos conteúdos que os alunos devem aprender, incluindo referências explícitas, claras e detalhadas dos conteúdos concetuais e da componente procedimental, com atividades práticas de concretização obrigatória, o que conduziria a uma maior uniformidade nacional na lecionação da disciplina.
3. A elaboração de provas de exame tendencialmente configuradas com as provas aplicadas em 2014 (que então defendemos que foram provas ajustadas e adequadas) e mais acessíveis aos alunos: a) com melhor adequação à faixa etária e à literacia dos alunos; b) com documentos de suporte mais simples; c) com itens de construção mais orientados e balizados; d) com maior quantidade de itens de seleção que mobilizem conhecimento/raciocínio direto; e) com maior abrangência de conteúdos programáticos; f) com critérios de classificação não interdependentes para o mesmo item.
4. A ponderação da produção de provas de exame 702 constituídas, exclusivamente, por itens de seleção, aumentando, deste modo, a fiabilidade de classificação uma vez que, para um número significativo de alunos, este exame tem também um papel decisivo no acesso ao ensino superior.
5. A implementação de um programa de formação que satisfaça as necessidades reconhecidas pelos professores e para o qual as Associações disponibilizarão a sua colaboração, dentro das suas possibilidades.
Conscientes da importância e do impacte que o aproveitamento insatisfatório na disciplina de Biologia e Geologia tem para a comunidade educativa e para a sociedade em geral, a APPBG e a APG continuarão atentas a esta situação mantendo-se disponíveis para analisar todas as propostas que promovam a qualidade do ensino e aprendizagem e o sucesso educativo dos alunos.
4 de Agosto de 2015,
As Direções da APG e da APPBG
Publicado aqui

terça-feira, 4 de agosto de 2015

CMIA mudou de instalações

Imagem digitalizada da revista PDM (Plano Diretor Municipal - C.M. Matosinhos) enviada aos munícipes (julho 2015).

Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA)

 
23 de Julho de 2015
Novas instalações agora na Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
"Os oceanos detêm cerca de 97% da água existente na terra e possuem mais de 90% da biodiversidade do mundo.
O mar e a investigação marítima ilustram, por isso, o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Matosinhos (CMIA), que, a partir de hoje, está localizado no edifício da Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
As anteriores instalações, junto ao Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, acolhem agora o Posto de Turismo de Matosinhos.
O CMIA resulta de um protocolo celebrado com o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) com o objetivo de implementar um centro de divulgação científica, educação ambiental e monitorização ambiental na área do mar."
notícia completa aqui

Visite a exposição: "Mar Sem Fim: A derradeira aventura da exploração oceânica"

Biologia e Geologia sobe média na 2.ª fase


PARABÉNS aos inconformados e corajosos que foram à 2ª fase do Exame de Biologia e Geologia.






 Média nacional sobe para 10,5 na 2ª fase  ( 8,9  na 1ª fase)

Turma 11º1
= 14,2 (2ªfase com 11 alunos - nota mais alta 17,5)
= 12,2 (1ªfase com 18 alunos - nota mais alta 15,9)

"aluno sofre... mas professor também"