sábado, 15 de maio de 2010

Descobertas ilhas submersas há milhões de anos no Caribe

Cientistas alemães recolheram fósseis de animais e plantas marinhas que comprovam o achado

2010-05-11
CienciaHoje
Um grupo de cientistas alemães descobriu no mar do Caribe, na costa da Colômbia e da Venezuela, várias ilhas submersas há milhões de anos, a uma profundidade de 800 a mil metros.

Os especialistas da Universidade de Greifswald, na Alemanha, trouxeram à superfície restos fossilizados de corais, conchas, caracóis e algas vermelhas que extraíram com cestos especiais através de varrimentos ao fundo marinho.

Todos os animais e plantas marinhas apenas se encontram em águas superficiais muito iluminadas. O porta-voz da universidade acrescentou ainda que a descoberta de uma pedra de basalto demonstrou que os montes submarinos foram antigamente ilhas das Caraíbas.



Mar do Caribe terá sido "uma bola no jogo das placas continentais americanas"
 

“O resultado surpreendeu-nos muito e demonstra que o mar do Caribe foi há milhões de anos uma bola no jogo das placas continentais americanas”, explicou o investigador Martin Meschede.

O cientista acrescentou ainda que a investigação, desenvolvida nos passados meses de Março e Abril, tinha como objectivo recolher amostras dos sedimentos do fundo do mar em águas profundas da costa da Venezuela e da Colômbia.
No entanto, os resultados das investigações indicam que há 80 ou 90 milhões de anos produziu-se um grande fluxo de basalto que deu lugar à elevação de um planalto sobre a superfície marinha.

Teoria de único antepassado comum comprovada

No livro «A Origem das Espécies», publicado há 151 anos, o naturalista inglês Charles Darwin defendia que todos os seres vivos compartilham uma herança genética de um único antepassado remoto comum (universal common ancestor - UCA). Esta ideia é um dos pilares da teoria da evolução.

A partir desse único organismo ancestral a vida diversificou-se nas múltiplas formas que hoje povoam a Terra. Para testar esta teoria, fez-se agora um estudo estatístico em grande escala, cujos resultados estão publicados na revista «Nature». O estudo confirma que Darwin estava certo.


Árvore da vida proposta por Darwin em
 «A origem das Espécies»

Desde Darwin que muitos biólogos têm recolhido evidências desta teoria. No entanto, hoje, muitos cientistas questionam se as relações evolutivas entre os organismos se descrevem melhor com uma única «árvore genealógica» ou com uma rede de múltiplas árvores evolutivas conectadas entre si como uma espécie de teia de aranha. Desta forma, a vida poderia ter-se expandido de forma independente a partir de um número indeterminado de ancestrais e não apenas um.
O bioquímico Douglas Theobald, da Brandeis University, Massachusetts, autor principal do estudo, admite que a teoria do UCA permite dizer que a vida surgiu de forma independente em várias ocasiões. Mas se assim foi, ter-se-á se produzido uma espécie de gargalo na evolução, que permitiu a sobrevivência até ao presente dos descendentes de apenas um dos organismos independentes originais.
Outra hipótese é que tenham emergido populações separadas. No entanto, através do intercâmbio de genes ao longo do tempo, estas converteram-se em uma única espécie que foi o antepassado de todos nós. Em ambas as hipóteses todos os seres vivos estão relacionados geneticamente.
Através de rigorosas fórmulas estatísticas, o investigador estudou os vários modelos existentes. Os resultados inclinam-se para a hipótese do único antepassado comum. A UCA é 102 860 vezes mais provável do que a hipótese dos vários ancestrais.

No seu trabalho, o bioquímico seleccionou 23 proteínas comuns a todo o espectro taxonómico, mas cujas estruturas diferem de umas espécies para outras. As proteínas escolhidas são de 12 espécies diferentes, quatro por cada um dos três domínios (ou super-reinos) da vida: Bacteria, Archaea e Eukariota.

O investigador preparou simulações informáticas para avaliar as probabilidades dos diferentes cenários evolutivos para produzir esta série de proteínas. Os modelos com um único antepassado comum explicaram melhor os dados. Esse antepassado complexo devia parecer-se, acredita o autor, com espuma, habitando as margens do oceano ou as chaminés geotermais.

CienciaHoje
Artigo: A formal test of the theory of universal common ancestry

Governos não conseguiram travar perda de biodiversidade

ONU alerta para consequências do não cumprimento dos objectivos propostos na Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável

CienciaHoje
2010-05-11

O objectivo estabelecido em 2002, na Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Joanesburgo), para que até 2010 houvesse uma redução significativa da taxa de perda de biodiversidade a nível mundial, regional e nacional não foi cumprida.
Esta é a conclusão apresentada agora pela Organização das Nações Unidas (ONU) no seu terceiro relatório sobre a diversidade biológica.
O relatório «Perspectiva Mundial sobre a Diversidade Ecológica» (GBO-3) foi dado a conhecer ontem em Nairobi por Achim Steiner, director do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Sublinha-se aqui a falta de cumprimento por parte dos governos dos requisitos que garantam um desenvolvimento sustentável.
O conceito de «biodiversidade» definiu-se na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) como “a variedade de organismos vivos de qualquer origem, incluindo os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos, bem como os complexos ecológicos de que fazem parte. Isto inclui ainda a diversidade dentro de cada espécie, entre as espécies e nos ecossistemas”.
continua

Primeiro ninho de flamingos confirmado em Portugal

Lagoa dos Salgados, no Algarve, foi local escolhido pela ave


Pode ser primeiro caso de reprodução de flamingos de sucesso
 (Foto: Guillaume Réthoré)
A Lagoa dos Salgados, um dos sítios mais importantes do Algarve para a conservação das aves, tem a partir de agora mais um motivo de interesse: foram observados flamingos a nidificar, estando neste momento a incubar os ovos. A registar-se o sucesso da reprodução, será o primeiro caso confirmado em Portugal de nidificação desta espécie emblemática, e mais um factor decisivo para a protecção da Lagoa dos Salgados.
O Flamingo (Phoenicopterus roseus), ave pernalta de cor rosa, é uma das espécies que mais chama a atenção aos observadores. A espécie chegou a estar ameaçada, mas um enorme esforço de conservação em vários países resultou na recuperação das populações, que agora embelezam lagoas, salinas, estuários ou sapais do Sul da Europa e do Norte de África. É uma ave relativamente comum no Inverno nas zonas húmidas litorais desde o estuário do Tejo até ao Algarve, no entanto só por uma vez foi registada a tentativa de nidificação no pais, nos sapais de Castro Marim, na década de 1980.
A Lagoa dos Salgados é uma lagoa costeira entre os concelhos de Albufeira e de Silves, e que até à data não tem nenhum estatuto de protecção legal. É no entanto um sítio de grande interesse, constantemente visitado por observadores de aves e turistas nacionais e estrangeiros, que não prescindem de uma visita a este local onde se podem observar dezenas de espécies de aves.

Devido às suas populações de aves, o local atinge os critérios internacionalmente aceites para ser considerada uma Área Importante para as Aves (IBA) pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e pela BirdLife International, e como tal a SPEA defende a classificação da lagoa como Zona de Protecção Especial (ZPE). Para o efeito, a sociedade tem vindo a alertar para a necessidade de implementar medidas de gestão que ajudem a resolver as ameaças a este local, nomeadamente a perturbação pelos visitantes, a presença de cães vadios e uma correcta gestão do nível de água da lagoa.

Este ano, foram tomadas medidas pela Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve para regular o nível de água da lagoa, de modo a evitar episódios de destruição dos ninhos de diversas espécies de aves, que infelizmente têm acontecido nos anos anteriores. O resultado é positivo, para já, esperando-se que estas medidas tenham continuidade. Várias espécies importantes a nível da União Europeia, como o Flamingo, o Alfaiate e o Pernilongo, encontram-se em plena época de nidificação.

Para Luís Costa, director executivo da SPEA, “ainda é cedo para dizer com certeza se teremos pela primeira vez em Portugal um caso de sucesso de reprodução de flamingos, mas é imprescindível proteger o local de forma eficaz e gerir o nível de água de forma precisa, sem grandes variações, durante a época crucial da Primavera”.

 CienciaHoje

Rara espécie de abelha cria 'flor-sanduíche' para larvas

2010-05-11
Ciencia Hoje


Uma rara espécie de abelhas solitárias cria o seu ninho de forma semelhante a um bouquet primaveril, segundo avança um novo estudo. O ‘arranjo’, designado de ‘flor-sanduíche’, tem três camadas: uma de pétalas no exterior; em seguida, uma camada de lama e, finalmente, outra camada também de pétalas que revestem o interior da célula, segundo explicou o líder da investigação, Jerome Rozen, curador do departamento Zoologia de Invertebrados, no American Museum of Natural History, de Nova Iorque (EUA).

O comportamento de nidificação colorido da Osmia avosetta foi descoberto no mesmo dia, por uma rara coincidência, por equipas da Turquia e do Irão, onde esta espécie é mais abundante. “Foi em absoluta sincronia que descobrimos este comportamento incomum”, revelou Rozen.

Praga de rãs causa pânico na China por medo de terramoto

Investigadores ingleses publicam estudo onde garantem que os sapos podem prever sismos

2010-05-11
Por Bárbara Gouveia
Segunda invasão de rãs em menos de uma semana
assusta chineses
Duas invasões de rãs em menos de uma semana foram suficientes para causar o pânico na China. Segundo um jornal de Pequim, os chineses acreditam que as migrações destes anfíbios precedem um movimento de terras.

A última praga aconteceu perto de um lago no distrito de Jiangnin, na cidade de Nankín, quando cem mil rãs de menos de dois centímetros de comprimento invadiram as ruas, dirigindo-se em grupo na mesma direcção.
No passado 5 de Maio, outra invasão: dez mil rãs na província de Sichuan, onde se registou o sismo de 2008, provocaram um alarme idêntico na população.
Continua

Júpiter perde uma risca



Cinturão Equatorial do Sul desaparece pela terceira vez e deixa cientistas sem resposta

2010-05-13
CienciaHoje

Parece um truque de magia mas as fotografias não enganam. Júpiter perdeu uma das suas características riscas. Os cientistas não sabem a causa para o estranho fenómeno, mas supõem que tem a ver com o clima particular do quinto planeta do Sistema Solar.

Lagartos da Martinica «fogem» a Darwin

Cientistas descobrem que espécie da Martinica evoluiu separadamente e voltou a cruzar-se

Os lagartos da ilha Martinica, no mar do Caribe, são uma excepção na lei de Darwin.

Apesar de os seus ancestrais terem vivido separados durante milhões de anos, este animais continuam a ser geneticamente compatíveis, ou seja, são considerados apenas uma espécie de acordo com o conceito clássico.

A descoberta, publicada na PLoS Genetics, apresenta a excepção à regra que Darwin formulou na sua mítica visita às ilhas Galápagos.

Durante a viagem a bordo do Beagle, Charles Darwin usou como exemplo o tentilhão (um pássaro de pequeno porte) para abordar a teoria de como surgem as espécies.

As diferentes linhagens que viviam em ilhas separadas iam acumulando diferenças durante muitas gerações ate um ponto sem retorno. Se esses pássaros tinham evoluído separadamente durante milhares de anos se voltassem a encontrar-se, não poderiam ter descendência porque já não seriam a mesma espécie.

Esta especificação por isolamento geográfico continua a ser uma forte corrente na biologia e genética no mundo. Contudo, como em qualquer outra teoria, há excepções.

Ilha laboratório

A Martinica é um laboratório perfeito para poder provar-se esta teoria. Há oito milhões de anos a ilha francesa estava separada em quadro troços de terra, quando chegaram os actuais ancestrais do Anolis roquet.
A equipa de Roger Thorpe, da Universidade de Bangor, no Reino Unido, analisou amostras de tecido recolhidas da cauda de centenas de lagartos de toda a ilha, desde os que vivem nas praias paradisíacas aos que habitam nas zonas mais rochosas e áridas.

As análises ao DNA dos tecidos comprovaram que todos os lagartos descendem de quatro linhagens que habitam cada um dos fragmentos em que estava dividida a ilha.
Quando analisaram o número de alterações genéticas no genoma dos animais, os cientistas descobriram que não havia diferenças suficientes para serem considerados espécies diferentes, já que, ao longo da história e após as erupções vulcânicas que juntaram os troços da Martinica, as populações cruzaram-se.
Assim, as diferentes populações que hoje habitam a ilha são mais diferentes entre si do que as populações originárias que viviam separadas.
 http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=42521&op=all